Nessa fase fim dos dezessete, esperando ansiosamente pelos dezoito anos. O pensamente mais comum, é que depois que atingir a tão aguardada "maior idade", a liberdade vai enfim conspirar a meu favor. Serei tão independente, que consigo ver de forma positiva o lance de ter que me responsabilizar pelos meus próprios atos. Por isso, tanta precipitação em querer ficar mais velho. Nada, nem mesmo o famoso "depois dos dezoito o tempo voa" muda essa vontade.
Quando me perguntam o porquê, digo sempre com muita certeza: "Por que eu quero ser livre!". Mas pensando um pouco sobre isso recentemente, lembrei das várias fases da vida que já passei até hoje, e percebi, que desde que me entendo por gente, "quero ser livre".
Na infância, motivos de liberdade eram bobos. Mas eram motivos. Era querer liberdade. Alguns deles era: tomar banho sozinho, dormi na casa do amigo, escolher a própria roupa que eu ia usar... Todos eram para mim, uma forma de liberdade. E mais tarde, já maior, cada vez que ficava mais velho, queria mais liberdade. Tudo o que um dia eu não podia, depois que recebia a liberação dos meus pais, conquistava a tal "liberdade". Atravessar a rua e ir na padaria, era liberdade. Ir para escola sozinho, era liberdade. Pegar o ônibus e ir para outra cidade sozinho, lanchar com os amigos no fim de semana, ir a festas e ficar até de madrugada, tudo, tudo era liberdade. Mas continuamos tendo a impressão de que ainda precisamos de liberdade, porque ha sempre algo que nos sufoca, que nos prende. E vamos concordar que "ficar preso" pelas tarefas diárias não é nada bom! Somos pássaros de asas imaginárias, esperando todos os dias alguém abrir essa gaiola chamada "rotina", e voar sem destino, procurando o melhor lugar para pousar. Mas fazendo do momento, importante, pela simples sensação de voar. De ser livre! Mas acontece que essa "gaiola" já está aberta. Sempre esteve. Vez ou outra a gente sai um pouco e se sente livre. Mas volta, e quer liberdade.
☼ Guilherme Correia
